Mundo[]
Talvez nada me interesse mais inicialmente do que meramente descobrir qual o maior problema do mundo.
Ao que parece, os grandes e mais graves problemas do mundo estão relacionados a:
- violência (seja a decorrente de criminalidade, guerras, torturas, agressões graves diversas e acidentes) e dores em geral decorrentes de doenças e tragédias naturais.
- miséria (mais do que a desigualdade)
- corrupção (pelo potencial de impedir qualquer medida direcionada à busca de um mundo melhor)
Sobre futebol[]
Pobre da nação em que os pais consideram mais importante tornar seus filhos torcedores do que cidadãos.
Pobre da nação que se importa mais com a posição dos times de futebol do que com a posição do país nos índices de educação.
Pobre da nação que tem como maiores ídolos seus jogadores de futebol.
Futebol, arte?[]
Base comparativa para uma reflexão sobre a natureza do futebol
Uma analogia que parece poder trazer luz ao debate sobre a natureza do futebol (enquanto entretenimento, arte, negócio, etc.) pode se fundamentar em uma comparação analítica entre as seguintes atividades, no tocante à sua natureza e proximidade entre si:
- briga de galo;
- luta de boxe:
- corrida de cavalos;
- fórmula 1;
- futebol;
- ginástica olímpica;
- show circense;
- show de rock;
- teatro;
- literatura;
- novela/cinema/desenho animado;
- Big Brother;
- MTV;
- balada/danceteria;
- artes plásticas;
- culto religioso;
- jogo de cartas;
- guerra
Possível estabelecer relações em relação a aspectos como:
- enfrentamento (bem e mal; nós e eles; aliados e inimigos; vencedores e perdedores): briga de galo, luta de boxe, corrida de cavalos, fórmula 1, futebol, jogo de cartas, guerra. Zona intermediária: ginástica artística (arte e disputa), Big Brother (ficção, circo e disputa), novela (narrativa sobre bem e mal), culto religioso (bem e mal).
- narrativa/ficção: teatro, literatura, novela/cinema/desenho. Zona intermediária: circo, culto religioso
- entretenimento contemplativo/expressão corporal: show circense, show de rock, artes plásticas, MTV, balada. Zona intermediária: ginástica artística (arte e disputa)
O futebol parece apresentar natureza de disputa/enfrentamento (como a briga de galo, o jogo de cartas ou a guerra), sendo o elemento arte meramente acidental (não essencial). Outro detalhe característico é serem negócios que movimentam recursos financeiros a partir da competição direta (um derrotando o outro) e que torna possível também a realização de apostas.
Homem médio e vida ordinária[]
Para mim, aparece como grande problema escapar de um meio que tende a se fechar em torno de comportamentos típicos dos que penduraram as chuteiras do intelectualismo e do compromisso sociopolítico para viverem a vida ordinária do homem médio (em que predomina a futilidade em diversões e discussões, e dentre as quais se insere mesmo a futilização de assuntos considerados mais importantes, nas raras discussões sobre temas do tipo, mas existentes apenas para serem utilizadas como forma de autoafirmação), quando tudo o que almejam para os anos restantes seja usufruir das benesses da classe social a que pertencem e em relação ao qual obrigam-se a assumir caráter naturalmente conservador.
O que eu não quero ser? Basicamente, um homem de classe média decadente. Um pai de família pequeno burguês cujos principais interesse estejam relacionados a comida, viagens e futebol.
Coisas que eu não quero ser:
- Um reacionário que se esconde atrás do discurso do bom senso;
- Um homem de classe média decadente;
- Um pai de família pequeno burguês cujos principais interesse estejam relacionados a comida, viagens e futebol;
- Um pai de família pequeno burguês.
- Um ser medíocre que ostenta discursos de virtude e progressismo, mas com uma prática que beira a hipocrisia, o conservadorismo e o cinismo.
Posição acerca dos problemas sociais e outros[]
Há problemas? Se há, qual o papel do indivíduo? 1) Pode ignorar, por entender que não é problema seu. 2) Pode se comprometer a atuar de forma a resolver ou minimizar o problema. Se for a segunda opção, há que se traçar meios eficazes para tanto e estabelecer o grau de envolvimento (observando provavelmente alguma relação custo/benefício, variável conforme o caráter de cada um).
Achismos[]
O "eu acho" de um estudioso geralmente vale mais que a "certeza absoluta" de um ignorante.
Diferença entre um chimpanzé, um bebê, um aborígene e um homem ocidental (experimento)[]
O homem, o livro e as luzes piscantes
Experimento:
Coloca-se um exemplar de "Os Irmãos Karamázov" de Dostoiévski (ou outra grande obra da cultura literária humana como "Guerra e Paz" de Tolstói), ao lado de uma caixinha preta cheia de luzes coloridas piscantes, oferecendo-os para escolha dos participantes, que são: um chimpanzé, um aborígene, um bebê e um homem médio ocidental.
Resultado do experimento: todos escolheriam a caixa com luzes coloridas piscantes ao invés do livro.
Anotações:
Uma pequena exceção poderia ocorrer no caso do homem médio, nos seguintes termos: Vendo que o livro pode valer mais que a caixa com luzes piscantes, o homem médio ocidental pensa escolher o livro pra depois vendê-lo e comprar duas caixas com luzes piscantes (para toda a família ou ainda para admirá-las junto com os amigos). Ou, talvez, caso esteja antenado com as últimas novidades tecnológicas: exige que a caixa com luzes coloridas piscantes tenha ao menos uma antena de recepção de luzes coloridas via satélite em alta definição com opções de programação das sequências de luzes e cores, algumas dessas vindas de grandes empresas de luzes coloridas piscantes estrangeiras.
Uma terceira opção restaria àqueles que, preferindo a caixa com luzes coloridas ao invés do livro, tentam usar da retórica e do senso comum (aprendidos nos grandes centros construídos para esse fim) para argumentar acerca das virtudes nobres ocultas por trás da sua escolha, contra a validade do experimento ou outra circunstância qualquer que faça parecer que eles sejam infinitamente superiores, mais éticos e cultos que os chimpanzés, os bebês e os "selvagens".
O problema da ineficiência e a sobrevivência do ineficiente[]
Uma das grandes questões humanas a serem enfrentadas deve estar relacionada ao que eu chamaria "sobrevivência do ineficiente". Dito de outra forma, como lidar com a ineficiência técnica ou profissional do ser humano em um mundo que visa à otimização das práticas e recursos, seja em nome do progresso da humanidade, da diminuição das mazelas sociais ou da própria relação com o meio ambiente - o que acaba estando ainda diretamente relacionado às questões concernentes ao exercício do poder político e da democracia. Possivelmente estar-se-ia diante de um paradoxo em que aquele considerado ineficiente (por falta de qualificação técnica, cultural ou intelectual) necessita se inserir no sistema pra sobreviver, ao mesmo tempo em que suas ações (muitas das quais podendo ser consideradas como não adequadas) gerarão consequências a todos os envolvidos e contribuindo com o próprio mau funcionamento do sistema.
Nota: Obviamente que a resposta fácil está relacionada à educação (muitas vezes considerada a grande panaceia da modernidade). E por ser a resposta fácil, obviamente conta com desdobramentos mais ocultos e muito mais complexos (por exemplo, muitas pessoas com formação considerada até razoável mantém características de não otimização das práticas e recursos, incapacidade técnica, intelectual ou cultural aquém da desejada para níveis considerados ótimos de desenvolvimento humano e da sociedade - mas mesmo assim, em nome da sobrevivência de si próprios e do sistema econômico, estão atuando livremente em todas as áreas). O paradoxo maior mencionado está relacionado ao fato de que referidos indivíduos precisam necessariamente estar inseridos no sistema, mesmo que sua capacitação não seja aquela considerada adequada (muitas vezes longe disso), com atuações que acabariam contribuindo para a perpetuação das imperfeições do próprio sistema, alimentando um círculo vicioso de difícil (ou mesmo impossível) solução - afinal, seu desemprego ou eliminação (que não pode ser de forma alguma desejado no atual estado da civilização) gerariam problemas possivelmente maiores. Seríamos então, se isso for verdade, condenados a um sistema humano inevitavelmente ineficiente? Seria a política nada além da forma atual encontrada para a definição da maneira como serão suportados esses custos?
Chimpanzeização do mundo[]
Analisar a possível "chimpanzeização" do ser humano e a cultura do "não se deve pensar demais".
Sábio e ignorante[]
A diferença entre o sábio e o ignorante é que o ignorante pensa que sabe, enquanto o sábio sabe o quanto não sabe (o que facilita a evolução na busca por respostas).
O homem médio e a mentira confortável
ver Reflexões: questões em aberto
Para além do "orgulho ignorante" ("sou ignorante e sou feliz"), há atualmente o desdobramento "sou ignorante, acho que sou sábio, e sou feliz".
Não tenho problemas em conviver com indivíduos burros e ignorantes, mas sim em conviver com indivíduos burros, ignorantes e arrogantes.
Possível falar em uma espécie de "dilema do ignorante". Ex.: Alguém chega e diz que vocês está morrendo, que você vai sofrer, e que basta ingerir certa substância (comprimido, injeção, etc.) que você vai se curar. Qual o procedimento correto a adotar? (metáfora aplicável a várias situações do dia-a-dia).
Tenho afirmado inúmeras vezes que, especialmente por conta da hegemonia do homem médio, refém da ignorância, burrice e/ou má-fé, a civilização tem sido "empurrada com a barriga". Nova questão que se coloca, contudo, é saber se a vida é mesmo uma sequência de "gambiarras", se é da sua essência ser assim.
Nota: Da ignorância, burrice e má-fé, a única moralmente condenável é a última, não obstante todas devam ser combatidas com a mesma ênfase na sociedade.
Pensamento crítico[]
Talvez a maior lição de crítica que podemos ensinar a nossos sucessores é a de que, tendo acesso a qualquer informação (seja midiática, escrita, repassada por próximos, etc.), permita-se questionar: isso pode ser mentira. Obviamente esse é só o primeiro esforço (como na dúvida cartesiana), muito embora o mais importante, restando ensinar a seguir como lidar com a infinidade desse tipo de informação que nos é passada, e sem as quais nenhuma compreensão de mundo é possível.
Uma maneira que pode funcionar pra saber se uma pessoa tem isenção para opinar sobre algum assunto é descobrir se ela é capaz de apontar os pontos positivos mais destacados ou populares sobre esse assunto. Caso ela não saiba ou não consiga, isso induzirá que se trata de uma mera opinião emotiva e não racional e confiável.
Mídia[]
A mídia oferece-nos um mapa que induz tomemos os caminhos que são do seu interesse. Uma mapa que, fingindo reproduzir o mundo real, está cheio de patrocinadores. Neste mapa, alguns caminhos são ocultados e outros identificados com grandes setas vermelhas na beira da estrada. O objetivo final é finalmente atingido quando o homem médio se muda da vida real para o mapa.
O humano[]
Qual a característica mais essencialmente humana?
Envelhecer
Amar
Ter fé
Sorrir
Filosofar
Ter esperança
Perder a esperança
Ironia
Humor
Lógica
Linguagem
O erro
O homem é um macaco que fala.
Coloque a maior obra escrita da humanidade (qualquer que você a considere ou simplesmente idealize) ao lado de um dispositivo que emite luzes e/ou sons variados e verifique qual macacos e a maior parte dos homens escolherão.
Pesquisar: macacos
Merecimento[]
Ninguém sabe o que merece.
O outro[]
Tenho pena do outro. Segundo nós mesmos, é ele o responsável por todos os problemas. Nunca nós. Sempre o outro.
O direito de ser idiota[]
O direito de ser idiota talvez possa ser extraído de uma constatação simples: para que algumas pessoas cessassem de dizer idiotices, precisariam cessar totalmente de falar, tornando-se mudas. Mas não podemos retirar das pessoas o direito de falar. Daí se extrai o direito de ser idiota.
Comunismo[]
Quando um comunista fica desiludido com os destinos que a história lhe impôs, quando tudo indica que o capitalismo triunfou e o comunismo foi expurgado da face da Terra, pra melhorar a autoestima basta assistir por uns instantes o canal católico Canção Nova ou acessar o site de Olavo de Carvalho. Lá, ouve-se o quanto o comunismo está poderoso, ativo e influente na sociedade atual.
Religião[]
Parece-me que a religião seria, essencialmente e grosso modo, um sistema de pensamento que considera uma ou mais hipóteses como verdades absolutas.
A ideia de um Papa parece contrariar as próprias bases do Cristianismo.
Fé em Deus?
Por que eu não sou religioso? (ou “porque religiosos são homens de pouca fé” - parte II)
A incoerência de raciocínio que comumente embasa a fé do homem médio faz com que a concepção de Deus se adapte às convicções e estilo de vida de cada um, de forma a não ser necessário nenhum grande esforço de autocrítica ou transformação de hábitos e convicções para que se possa usufruir da sensação de estar cumprimento seu dever como bom religioso, crendo firmemente na própria virtude e tendo fé não em Deus, mas no fato de estar seguindo os ensinamentos religiosos suficientemente para obtenção da salvação (a que todos creem ter direito a partir de justificações "coringa", como o perdão infinito de Deus e a não exigência de qualquer sacrifício - firme crença em um Deus complacente e pouco exigente com nossos amigos e parentes, mas implacável na aplicação da "justiça" contra os nossos inimigos). Dessa forma, quer me parecer que não se tenha verdadeiramente fé em Deus, mas em uma massa de modelar.
Assim, pode-se concluir que o pretenso religioso não tenha verdadeiramente fé em Deus, mas na certeza de que pode seguir vivendo como de hábito, acreditando estar fazendo o que é necessário para ter o direito à salvação e aos prêmios prometidos aos justos, ainda que simplesmente seguindo sua vida comumente nos termos estabelecidos pelas circunstâncias, pelo senso comum e pela própria conveniência. Novamente, uma fé que não é em Deus, mas nas próprias virtudes - que acredita existentes - e em uma salvação que acredita certa sem grandes esforços (ao menos não superiores aos que acreditamos empreender, por mais que parcos e desonestos na medida do próprio interesse).
Por fim, há um grande talento na apropriação de discursos críticos, como por exemplo em relação àquele direcionado aos hipócritas, que remonta à Antiguidade, de forma que os próprios hipócritas adaptam e interpretam o discurso de forma a serem utilizados por si contra seus opositores, como se não estivessem incluídos na crítica original. Não é à toa que atualmente existam tantas classes diferentes de homens e instituições religiosas disputando o legado dos fariseus e doutores da lei e muito poucos verdadeiramente seguindo o ensinamento daquele que dizem fundamentar sua fé (cuja observância concreta parece pressupor alguns sacrifícios que os indivíduos não estão dispostos a arcar, optando pela interpretação metafórica que autoriza as mais amplas relativizações - adapta-se Deus e os mandamentos à nossa vida, e não nossa vida aos mandamentos e a Deus).
Por fim, ainda, desconhece-se o texto e manipula-se a ideia, de forma a nos ser o mais conveniente. Confunde-se constantemente, pela falta de conhecimento, e já não se sabe então a diferença entre um e outro (base essencial de uma doutrina que prevê a distinção entre o verdadeiro e o falso).
As sementes continuam a cair em terra seca e a voz continua a clamar no deserto, ainda que o deserto atualmente seja composto por indivíduos surdos.
Por tudo isso prefiro não ser “religioso”.
Interpretação[]
Um dos maiores problemas na interpretação da Bíblia, motivo para as mais diversas dissidências e correntes, é o definir quais de suas passagens devem ser interpretadas literalmente e quais devem ser consideradas como metáforas e simbolismos.
Escatologia pós-moderna[]
Reflexões sobre a besta da indústria midiática de comunicação e o grande demônio capitalista. Quem não tiver o número da besta não conseguirá comercializar, única forma de estar no mundo hoje em dia. Enaltecer o sistema como única forma viável de resolver os problemas do mundo (economicismo pró-capital) e entregar os meios de subsistência e controle em suas mãos (alimentos, florestas, informação e conexão global). Passam a ser necessárias ações piratas como única forma de combater a besta, via sabotagens constantes por meio das possibilidades oferecidas pelo próprio meio por ela criado, levando-a ao ponto de apenas com sua auto-implosão poder destruir as sabotagens colocados em seu interior pelas ações dos terroristas sagrados. Nesse combate final, vemos o mundo se dividindo entre os que estão do lado da besta, os que a combatem utilizando-se de ações terroristas e sabotagens por meio dos mecanismos disponibilizados por seu sistema, e a grande massa de manobra refém dos atrativos comerciais oferecidos (o novo ópio do povo).
O grande inimigo no combate aos falsos profetas será por fim a vaidade que terá mais peso na hora da auto-destruição.
Provas e evidências X crenças[]
Talvez a questão central na relação entre senso comum, crendices e pensamento crítico esteja na mensuração do que é ou não uma evidência relevante e o que seria apenas fruto de uma predisposição ideológica (a favor ou contra), falta de criteriosidade, raciocínio equivocado e vontade de considerar algo como verdadeiro ou falso.
Fé[]
A fé parece ser mais utilizada ou necessária quanto menor for o campo de confirmação de uma ideia ou crença no âmbito da razão lógica e das evidências materiais.
A fé serviria como uma argamassa que preenchesse o espaço faltante não preenchido pelas expectativas consideradas racionais, sendo maior sua presença quanto menores forem as evidências lógico-racionais. Há ideias que precisam de mais argamassa que outras.
Admite-se, por exemplo, no campo da lógica, uma espaço para a fé naquilo que seria o potencial ainda não demonstrado da própria lógica. Ou seja, naquilo que a lógica é plenamente demonstrável, não precisaria da fé para que se tornasse crível, mas talvez para que acreditasse em seu potencial de infalibilidade mesmo diante daquilo que ainda não foi testado, haveria margem, nessa certeza, para o preenchimento com a argamassa da fé.
Verdades[]
Pra que um discurso seja aceito como verdade não precisa ser verídico, basta ser convincente.
Na epistemologia, como eu a percebo, a distinção essencial reside na dicotomia entre "verdade" e "versões". Praticamente todo o conhecimento humano tende a ser enquadrado na categoria "versões". Enquanto "verdade" teremos o rol de discussões científico-filosóficas sobre a questão da verdade em si, que por sua vez será permeada por versões, mais a busca por algum conhecimento que se pretenda verdade absoluta. Assim, fariam parte da categoria verdade as discussões que tem por objeto a verdade (se existe, se há exemplos, etc.), por sua vez orientadas por versões acerca do tema. Tratam-se de discussões paralelas (a teoria, conhecimento ou informação tratada de um lado; a possibilidade de existência e conhecimento da verdade de outro).
Talvez a questão central na relação entre senso comum, crendices e pensamento crítico esteja na mensuração do que é ou não uma evidência relevante e o que seria apenas fruto de uma predisposição ideológica (a favor ou contra), falta de criteriosidade, raciocínio equivocado e vontade de considerar algo como verdadeiro ou falso.
A questão da verdade nos termos do raciocínio lógico[]
Do ponto de vista da lógica, talvez tenhamos obrigatoriamente que concluir que exista uma ou mais verdades, assim esquematizadas:
- 1) A verdade existe (podendo ou não ser conhecida, conforme a narrativa adotada); ou
- 2) Existe mais de uma verdade (podendo ou não ser contrárias entre si, conforme a narrativa adotada); ou
- 3) Não existem verdades [além desta] (convertendo-se esta própria afirmação em uma verdade); ou
- 4) Não se sabe se existe a verdade [ou verdades] (convertendo-se esta própria afirmação em uma verdade) - uma forma desdobrada e semelhante, embora mais restrita, seria "não é possível saber se existe a verdade" ou, ainda, "não é possível saber se existem verdades".
Hipocrisia[]
Em uma sociedade erigida e estruturada sob a mentira, talvez apenas uma pergunta seja urgente: qual o tamanho da nossa hipocrisia?
É possível ser inocente? (relação oprimido X opressor, violência, barbárie, injustiça, beneficiado X vítima, etc.)
Política[]
Vejo atualmente o Estado como um instituição muito parecida com uma S.A.. Depois de muitas conquistas, atualmente o povo tem direito a algumas ações com direito a voto. Talvez as ações em poder do povo estejam hoje em torno de um terço, sendo que os outros terços estão atualmente em poder dos grandes empresários e do sistema financeiro. Não é à toa que para vencer uma eleição há que se conquistar, além do voto popular, o apoio de parcelas significativas dos terços restantes, de forma a obter a maioria que torne possível vencer a eleição e, posteriormente, exercer efetivamente algum governo.
O problema das maiorias apertadas
Imagine um governo eleito por pouco mais de 50% do eleitorado a partir de propostas consideradas radicais, que importem um enfrentamento aos interesses de parcela significativa do eleitorado que lhe faz oposição. Uma vez eleito a partir de bandeiras radicais, caso leve a cabo as políticas propostas em campanha (e considerando que seu eleitorado deva esperar que se cumpram as promessas de campanha), alguns cenários passam a ser possíveis:
1) as forças derrotadas (pouco menos da metade do eleitorado - ou ao menos parcela significante desse eleitorado, como parte do núcleo duro da oposição, ao qual acaba se somando outros tantos menos convictos) pode aceitar a política empreendida, ainda que signifique prejuízos políticos, econômicos ou tão somente ideológicos aos derrotados;
2) podem desenvolver uma política de enfrentamento, mais ou menos agressivo: se mais agressivo, pode envolver manifestações constantes com enfrentamento das forças estatais; sendo parte das forças economicamente dominantes, podem estimular boicotes e outras medidas que prejudiquem a economia e a estabilidade na prestação de serviços à população; contanto com apoio da mídia, o enfrentamento pode contar com forças de mobilização maiores e com poder de maior poder de convencimento de suas versões; caso o apoio chegue a setores militares, aumenta o risco de rupturas ao nível das instituições.
3) Como resposta ao enfrentamento o governo pode: a) fazer concessões à oposição, de forma a buscar uma meio termo possível aos interesses em conflitos, ou possivelmente ceder aos interesses dos manifestantes, mesmo que corrompendo a política original pretendida; b) usar as forças repressoras contra os que tentam desestabilizar o governo; c) resistir a partir de mecanismos político ideológicos disponíveis, buscando apoio da base que o elegeu, mesmo correndo o risco de os enfrentamentos não cessarem.
Direito[]
O direito não se resume a leis e códigos. O direito trata, antes de mais nada, das questões de certo e errado. Por isso está intimamente ligado com a Ética e com as teorias sobre justiça. Nesse sentido, o direito trata do ser humano, fazendo-se, portanto, imprescindível, para a máxima compreensão do fenômeno jurídico, o estudo de todas as disciplinas que ajudem a compreender o ser humano. Sem isso, não há verdadeiro jurista nem operador do direito.
Direito não é opinião.
Apenas como ilustração inicial, registro o que acredito sejam as posições principais e/ou possíveis envolvendo a problemática direito e justiça:
- a) Direito e justiça são a mesma coisa;
- a.1) Sendo ambos aspectos naturais a serem buscados e observados acima das convenções humanas;
- a.2) Sendo ambos construções e convenções socioculturais modificáveis conforme as estruturas vigentes em cada época e lugar.
- b) Direito e justiça não são a mesma coisa;
- b.1) Sendo o direito algo direcionado à busca da Justiça
- b.2) Sendo ambos construções que não necessariamente apresentam qualquer vinculação entre si.
Mundo[]
Proibir o fechamento de fronteiras a qualquer tipo de imigração pode, além de colocar em discussão uma nova espécie de soberania (mais humana que estatal), pode obrigar a universalização da busca pela solução dos problemas locais (superando o discurso meramente cínico da soberania dos povos e de suas representações governamentais), de forma que diminua a necessidade de deslocamentos em busca de melhores condições de vida.
Vanguarda[]
Sou de um tempo em que ser de vanguarda significava estar afinado com as mais modernas teorias e tendências em matéria de política, arte, filosofia, ciência e cultura em geral. Parece que hoje, ser vanguarda significa ter o último modelo de algum aparelho eletrônico e estar conectado na última rede de comunicação virtual. Considera-se de vanguarda aquele que está afinado e submetido, não mais a uma concepção de cultura e teoria que se pretenda libertária, mas a um sistema de mercado, tecnologia (especialmente de comunicação) e entretenimento, com base no qual o indivíduo não seria nada além de um escravo que, apesar disso (ou talvez por isso), se consideraria satisfeito ou feliz.
Final de ano[]
Que correria. Parece que todo mundo está querendo ir pra algum lugar. Do dono de restaurante ao pedinte. Fico imaginando que lugar seria esse...
De fato, estou começando a desconfiar que esse lugar não existe...
Parece que pra mim a época de final de ano finalmente encontrou seu sentido. Não nas festas familiares ou eventos litorâneos e adolescentes os mais diversos, mas na reflexão fenomenológica dos que não passam por referidas festividades conforme o padrão imposto pela tradição (cada vez mais essencialmente midiática, como tudo que nos cerca), mas que, muitas vezes, passam exercendo uma atividade profissional, por necessidade imperiosa, ou em plantões os mais diversos; ou ainda aquele que passa internado em hospital ou outras instituições, ou fazendo companhia a seus entes internados, ou ainda talvez apenas pensando em alguém próximo em situação de enfermidade; ou que talvez sejam as primeiras festas sem a companhia de um ente querido, a quem ainda não se acostumou com a ausência e que essas datas fazem pensar; alguém que passou por tragédias familiares ou pessoais; ou que são condenados à falta de recursos para que possam garantir uma comemoração minimamente aceitável a si a aos seus, que muitas vezes passam tentando melhorar sua situação nessas horas, "catando" trabalho à margem das festividades auxiliados por filhos pequenos; aqueles a quem restam "fast-ceias" com pizzas ou cachorros-quentes; ou aqueles que, por várias circunstâncias que fogem ao padrão da expectativa da tradição dessas horas, se encontram em inevitável situação de solidão involuntária, involuntariamente isolados sem ter condições de romper com o isolamento. A todos estes eu dedico meus pensamentos nas festas de final de ano, de forma a encontrar um sentido que antes, seguindo a tradição, eu no máximo fingia encontrar.
Outros[]
Atualmente, quando vejo uma mulher atraente, imagino quais problemas ela estaria ocultando por trás de sua bela aparência.
Não deixa de me causar estranheza a constatação das enormes quantias de dinheiro que giram em torno do ato de obtenção de imagens de mulheres sem roupa. Há uma economia milionária motivada pela nudez.
Parece que faz parte da tradição humana ficar dividido entre o certo e o vício. Um dos mecanismos culturais criados pra facilitar as coisas neste aspecto foi a relativização do certo e errado, a tranformação do vício em certo, e a consequente morte da culpa.
Um relação que promete ser bastante interessante envolve o naturismo e a questão do pecado original, no tocante à superação da vergonha do saber-se nu.
Sabedoria retórica (ou retórica sábia)
Muitas vezes nos deparamos com a possibilidade de vir a contestar algumas máximas retóricas - o que é protegido muitas vezes pela aura de "santidade" a que se costuma atribuir ao emissor do discurso. "Deixai vir a mim as criancinhas" é só um exemplo do tipo de retórica mencionada, que pode (dependendo do caráter mais ou menos simbólico que se queira atribuir) trazer em si grande sabedoria. "Tudo vale a pena se a alma não é pequena" é outro exemplo que, além de ilustrar o enunciado proposto, ainda serve pra explicá-lo em termos de sabedoria. Ora, é sabedoria extrair sabedoria do que quer que seja. Muitos desses enunciados, muito embora possam ser desconstruídos e até mesmo aniquilados a partir de contra-argumentações eficientes, podem também trazer aos que os interpreta algumas "verdades" enunciadas com o auxílio das ferramentas que dispomos para abrilhantar alguns ensinamentos (nem sempre se pode lecionar com base em frases tecnicamente perfeitas, mas herméticas). Assim, permite-se, obviamente, que se reflita criticamente sobre qualquer enunciado que nos chegue. Muitas vezes, contudo, e talvez considerando a arte que a vida pode enunciar, vale mais a pena (se a alma não for demasiado pequena) tentar buscar as "verdades" enunciadas, muito embora o sejam com auxílio da arte retórica.
Inimigos a serem combatidos
Encontrei na tríade ignorância, burrice e maldade os problemas centrais a serem combatidos na luta por um mundo melhor. Desdobramentos daqueles são ainda a apatia, a letargia, a incoerência, a hipocrisia, o egoísmo, a arrogância sem méritos, etc.
Verdade que o pior de todos é o que age com má-fé, muito embora a tríade maldita costume interagir bastante. Há muita ignorância sustentada na má-fé, e estes, por terem condições de superar a ignorância e optarem por não o fazer, em nome de certo conforto, aceitam tacitamente a pena aos que agem de má-fé.
Pelo quê vale a pena se sacrificar?
"Não gosto de ser eu, mas gosto de quem eu sou." (autor desconhecido)
Fraude intelectual
Chamo de fraude intelectual àquele que se esforça em passar a impressão de saber muito mais do que efetivamente sabe, enganando, assim, aos incautos que o cercam (normalmente pessoas de pouco conteúdo cultural, facilmente ludibriáveis) vivendo de uma aparência intelectual (configurando assim o caso típico do que se chama de pseudo-intelectual).
ver causo do cara que insistia no equívoco conceitual entre Seguridade Social e Previdência Social.
Pensamento oriental
Considero-me radicalmente ocidental. Poucas coisas acredito que ficamos devendo ao oriente, dentre as quais eu poderia citar o ensinamento acerca do domínio da mente sobre o corpo, e, na medida em que a religião oriental traz consigo a ideia de uma certa humildade, também tenho que seja este um ensinamento proveitoso.
Do ponto de vista filosófico, a desconfiança na realidade percebida, que também apresenta versões no Ocidente, parece ser a grande contribuição.
Guerra e sexo
Se a discussão sobre guerra, na linha do que haveria adiantado Godard, é uma discussão sobre a possibilidade moral de perfurar de forma não autorizada organismos de terceiros com pedaços de metal, poderia dizer que a discussão sobre sexo bem pode ser a discussão sobre a legitimidade de cada um penetrar, conforme bem entender, qualquer coisa em orifícios corporais seus ou de terceiros.
Diversos:
Nada mais triste que um plebeu com pensamento aristocrático!
Do biógrafo de Che Guevara: "Que herói a direita tem para colocar em camisetas?" Por não terem heróis que inspirem camisetas, resta destruir os heróis dos que têm.
Às vezes me pergunto porque Deus faria um mundo com tanta divergência de graus de inteligência entre as pessoas. Talvez seja porque, caso a inteligência fosse nivelada por cima e concedida a todos, restariam poucos seguidores e as igrejas estariam vazias.
Atualmente, quando ouço um homem médio pedindo "paciência" aos que clamam por mudanças sociais, ouço de fato ele dizendo nas entrelinhas: "Calma, não queremos realmente mudanças, apenas conversamos sobre esses assuntos e emitimos opiniões virtuosas para manter nossa autoestima e autoimagem, mas não queremos mudanças de verdade."
Possivelmente paixões humanas contemporâneas como futebol, religião, personalidades midiáticas, ideologias políticas e outras, assumem o papel similar às narrativas mitológicas na criação de ordem e sentido na representação de mundo dos indivíduos, criando-lhes motivações que justifiquem a própria existência, sirvam como canalizador de certos impulsos psicológicos primitivos (normalmente reprimidos pela vida em sociedade) ou simplesmente tornem a existência menos entediante.
A restrição em matéria sexual, no sentido de não-banalização do comportamento sexual feminino, pode ter suas origens no fato de a relação sexual apresentar relação direta com o ato de fecundação, um privilégio natural de escolha que algumas mulheres poderiam usufruir, em prejuízo de uma liberdade sexual exercida sem grande criteriosidade ou rigor de escolha (questão comprometida a partir da massificação dos métodos anticoncepcionais, mas possivelmente ainda sobrevivente em nossa memória genética).
Uma informação que tenha aparência de mentira (pela estranheza ou falta de elementos comprobatórios), ainda que seja verdade, a não ser em casos muito específicos, deve ser descartada como mentira.
O que ou de que vale o meu túmulo?
Eu sou a síntese de mim mesmo. (11/04/2014)
O mais curioso na crítica empreendida pelos fanáticos é que geralmente se direcionam a um espelho. (Iguais, exceto pelo fato de serem a sua inversão.)
Às vezes tenho a sensação de que minha vida não seria nada além de um imenso sonho lúcido.
Talvez seja do destino do homem ter que optar entre a solidão e o tédio. Mas uma outra opção seria a alienação.
Faria sentido indagar se um leão que vivesse na floresta, se soubesse refletir, indagasse sobre o sentido da vida?
Ao lado das perguntas filosóficas essenciais, como o "de onde viemos" ou "para onde vamos", talvez uma outra seja "o que realmente importa?"
A felicidade pode ser tão somente um estado de graça.
Com a morte dos gênios e da linguagem, o que mais restaria que fizesse a realidade valer a pena?
Quando a crítica não é criticada, da mesma forma como deve ser a crítica da crítica, todo o processo crítico pode perder o sentido, caindo na superficialidade.
Não sei o que é hype. Talvez seria alguma coisa relacionado a um comportamento zumbi robotizado fútil e homoerotizado?
"Na maior parte das vezes, as pessoas utilizarão sua infinita capacidade de acreditar nos próprios subterfúgios pra fugir à responsabilidade, independentemente da abordagem realizada pelos que buscam convencê-la do contrário".
Sou uma daquelas pessoas que o homem médio critica por "pensar demais", mas que considera que são eles que pensam de menos.
Não basta admirar os grandes homens, há que se querer ser como eles. Mas também não basta apenas querer ser como os grandes homens, é necessário que se busque sê-lo.
Vivível:
Talvez as únicas coisas que deixem a vida tolerável sejam o prazer e/ou a fé.
Morte
Quanto tempo passamos vivos e quanto tempo passamos mortos? Pertencemos à morte.
Expressões[]
Elogio
Absurdo
Triunfo
Nada
Elogio do absurdo
Triunfo do nada
Elogio do nada
Triunfo do absurdo
Metáforas[]
A sala com 100 portas[]
Considerando uma sala com 100 portas fechadas e um indivíduo em seu interior que desconhece o que há por trás de quaisquer das portas. Dentro da sala, será possível o acesso a diversos discursos (textos, palestras, pronunciamentos, internet, etc.) que se propõem a informar/afirmar o que há por trás das portas, ou qual(is) porta(s) servem de acesso a determinado(s) destino(s) almejados.
Tem-se que, a priori:
- a) Não é possível saber de antemão com certeza o que há por trás das portas (apesar dos discursos disponibilizados);
- b) Não é possível afirmar que qualquer das portas sirva de acesso a qualquer dos destinos indicados/almejados - pode ser que nenhuma porta levem ao(s) destino(s) indicado(s)/almejado(s);
- c) Não é possível afirmar que apenas uma porta leve ao(s) destino(s) indicado(s)/almejado(s) - pode ser que todas as portas levem ao(s) destino(s) indicado(s)/almejado(s);
- d) Não é possível afirmar que nenhuma porta leve ao(s) destino(s) indicado(s)/almejado(s) - uma ou mais portas podem levar ao(s) destino(s) indicado(s)/almejado(s).
Possíveis complicadores e variáveis:
a) Caso seja fixado um tempo, comumente não será o suficiente para verificar todas as portas, sendo inevitável que se precise fazer certas escolhas;
b) Pode acontecer de só sabermos a verdade sobre o que há por trás das portas quando já não pudermos mais fazer a escolha;
c) Algumas portas terão maior quantidade de discursos em sua defesa, enquanto outras terão menos disponibilidade de discursos e outras informações;
d) A acessibililiade e o tamanho das portas podem variar, sendo algumas bastante largas e acessíveis e outras demasiadamente estreitas e com difícil acesso.
e) Extrai-se dos discursos que o acesso a algumas portas pode exigir maiores sacrifícios que a outras (algumas vezes levando a exigências teóricas ou práticas de exclusividade).
f) A defesa de algumas portas contarão com argumentações mais bem construídas do que outras (não implicando, ainda assim, que sejam as mais corretas ou verdadeiras);
g) A defesa de cada porta pode se basear em discursos diferentes direcionados a perfis diferentes de indivíduos, construídos a partir de argumentações que se considere mais convincentes/eficientes conforme o perfil do indivíduo (mais ou menos racionalista, mais ou menos aberto a discursos místicos ou esotéricos, abertura a generalizações das próprias experiências, experiências de vida em determinado meio cultural, sensações relacionadas a estados físicos ou mentais, bem como a angústias, crises ou tragédias pessoais, etc.)
h) Algumas defesas e argumentações podem se utilizar do medo, invocando possíveis consequências mais ou menos trágicas da escolha da porta errada (ou anunciando enfaticamente os equívocos e prejuízos decorrentes da escolha de uma porta diversa da defendida);
i) Algumas argumentações serão construídas de forma a interpretar fenômenos desconhecidos e/ou controvertidos (comumente experimentados, vivenciados ou sentidos por alguns indivíduos) em seu favor, ocultando na maior parte das vezes a existência de explicações alternativas que possam levar a uma outra porta.
Mosca na sopa[]
ver mosca na sopa
Teorias em construção[]
A pirâmide com duas pontas (lógica e ética)[]
1) Lógica/crítica
2) Ética/dignidade
Fundamentos de formação (síntese):
Metodológica: Racionalismo e dialética
Valorativo: Cristianismo e liberalismo (mediados pela inserção do socialismo - possivelmente via mediação da dialética de cunho marxista)
O mito da comunicação eficiente[]
Há que se considerar, com forte possibilidade, a hipótese de que nem tudo possa ser convencionado ou compreendido de forma consensual entre interlocutores.
Há sistemas de pensamento hermeticamente fechados, com espécie de anticorpos contra possíveis críticas a ele direcionadas, além de convicções insuperáveis pela via da argumentação (muiitas vezes dada a própria necessidade de compreensão dos pressupostos que por sua vez tornariam possível a compreensão de determinados discursos e formas de pensar, muitas vezes não acessíveis à totalidade dos indivíduos por conta de problemas de acesso a referidos pressupostos por questões educacionais e culturais as mais diversas). Logo, nem tudo poderia ser compreendido por meio de discursos ou argumentações eficientes - e em alguns casos, por não garantirem a aceitação de forma necessária, tornam-se sem qualquer efeito prático.
O homem sem história[]
Ideia de que um homem sem história (sem incorporação da civilização construída por meio da história) tende a se comportar da mesma forma como se comportaria o homem pré-histórico.
A representação caricatural do universo e da realidade[]
O homem comum tende a representar as coisas da vida, especialmente quando relacionadas geralmente a questões pertinentes a valores, religião, política e similares, de forma caricatural, ou seja, de forma que não encontre correspondência no mundo real. A representação por meio da caricatura pode favorecer àquilo que é objeto da representação, pois jamais será eficientemente identificada quando surgir em sua forma real diante daquele que imagina combatê-la. Muitas vezes acabar-se-á por deixar-se seduzir por sua versão concreta, por estar preparado a rejeitar apenas uma versão caricatural inexistente no mundo real.
As caixas e os dados[]
Imagine uma caixa fechada tendo em seu interior um dado (dado de jogos, com números nos seis lados). Vários experimentos podem ser feitos, mas imaginemos que a caixa seja chacoalhada, identificando a seguir as hipóteses acerca de qual lado do dado estaria para cima, sendo que várias pessoas poderiam dar seus palpites.
Teríamos então a primeira reflexão: caso todos os palpites possíveis sejam dados (dos seis palpites em princípio possíveis), poderíamos concluir que alguém estaria certo a respeito do assunto? Alguém, dessa forma, teria atingido a "verdade" acerca do lado que estaria para cima no interior da caixa, estando os demais errados?
Teríamos ainda outros desdobramentos possíveis. Teria sido dada a possibilidade aos participantes de observarem referido dado antes de fechada a caixa, para garantir que ele estivesse de fato em seu interior? Todos teriam verificado, ou alguns precisarão que confiar no relato de terceiros? Existe alguma possibilidade de garantir que há de fato um dado dentro da caixa, e que ele conta com seis lados, que seriam por sua vez diferentes entre si, contemplando com absoluta certeza todas as hipóteses?
Outros desdobramentos: Se, após os palpites serem dados, antes de a caixa ser aberta para conferência, fosse novamente chacoalhada, seria possível afirmar que alguém alcançou a verdade, agora não mais verificável pela obervação, sobre qual lado do dado estaria para cima? E se fosse dado apenas uma leve movimentada para que o dado virasse apenas uma vez, poder-se-ia saber, após aberta a caixa, qual lado não estava para cima (uma vez que seria aquele que agora estaria para cima, depois da segunda movimentada)?
E se nunca fosse possível abrir a caixa para verificar a verdade sobre qual lado do dado estaria para cima? E por outro lado, se isso fosse possível, e todos pudessem conferir, seria comprovação irrefutável da verdade acerca dos lados do dado?
Por fim, imagine uma segunda caixa, essa inevitavelmente impenetrável para verificação direta do seu interior, seria possível extrair verdades ou versões do tipo que algum ser inteligente e/ou invisível habitaria seu interior?
Referidas reflexões fazem parte do rol de discussões possíveis de serem feitas sobre a existência da "verdade", sua verificação e possíveis crenças acerca dela. O mundos fatos pode contar com "caixas" metafóricas mais ou menos impenetráveis e verificáveis, servindo referida comparação para que se reflita em que medida pode-se defender a existência ou não de verdades.
Individualismo progressista[]
Toma-se aqui individualismo para referir-se a um paradigma que toma o indivíduo como ponto fundamental na definição de quaisquer políticas de bem estar.
Exemplo:
Se tivermos que escolher entre dois regimes, sendo que o primeiro tem por inevitável matar um indivíduo por ano, sem necessidade de processo legal legítimo, por qualquer motivo discricionário. O segundo regime faria a mesma coisa, mas podendo atingir 100 indivíduos. Qual o regime melhor? A resposta, segundo o individualismo progressista seria: nenhum. O individualismo, nesse sentido, é radical no tocante a não considerar diferenças quanto à violação dos direitos fundamentais do indivíduo, sendo que é inaceitável aceitar qualquer tipo de violação ao indivíduo.
Não se está falando aqui, contudo, de derrubadas de regimes, mas de que, independente do regime político, haja compromisso verdadeiro com os direitos fundamentais do individuo.
Paradigmas[]
Talvez o mais adequado do ponto de vista intelectual seja a aceitação tão somente de paradigmas que tenham por fundamento a humildade diante do conhecimento.
Toda doutrina que pretenda impor uma gama de novos vocábulos ou alterar/adaptar os vocábulos já existentes conforme os sentidos que lhes pareçam mais convenientes, impõe aos seus adeptos, de forma intrinsecamente autoritária, um novo mundo. A linguagem pode ser mesmo o melhor mecanismo para acorrentar e manipular os homens em seu nível de compreensão mais primordial, pois transformando-se a linguagem, transforma-se a realidade e, ao mesmo tempo, as possíveis ferramentas que poderiam ser usadas pra fugir das armadilhas ideológicas e linguísticas construídas.
A busca pela riqueza como forma mais eficiente de manipulação[]
ver A busca pela riqueza como forma mais eficiente de manipulação
Enfrentamentos e combates, opositores e inimigos[]
- Conformismo disfarçado de realismo
- Conservadorismo disfarçado de progressismo
- Hipocrisia disfarçada de ética e virtude
Os três pseudos
pseudo-progressista
pseudo-intelectual
pseudo-moralista
Drogas[]
Existem vários motivos pelos quais uma pessoa usa drogas. Um dos mais relevantes, pra mim, parece ser a tentativa de superar a frustração da distância entre a vida que levamos e a que gostaríamos de levar.
Assuntos relacionados[]
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